Um grande avanço para saúde da população: tratamento da obesidade e síndrome metabólica
Estudos desenvolvidos pela UFOP identificaram o aumento na prevalência da obesidade e da síndrome metabólica em Ouro Preto, bem como suas consequências e desdobramentos para a saúde individual e coletiva.
Com conhecimento desse fato e também por outras constatações, o Secretário Municipal De Saúde de Ouro Preto, Leandro Leonardo de Assis Moreira, junto com sua equipe e o Prefeito Angelo Oswaldo perceberam a necessidade de proporcionar atendimento especializado e contínuo para mitigar dessas condições de saúde através de ações positivas em prol da saúde da população.
Por meio da Portaria Nº 033/2025 de 12 de março de 2025 a Secretaria Municipal De Saúde institui o Ambulatório de Obesidade e Síndrome Metabólica, que funcionará na Policlínica Municipal.
O objetivo do ambulatório é promover o diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes diagnosticados com obesidade e síndromes metabólicas.
Os pacientes diagnosticados terão atendimento multidisciplinar, incluindo médicos, nutricionistas, psicólogos e assistente social que irão realizar o acompanhamento regular dos pacientes, promovendo mudanças de hábitos e estilos de vida.
Além disse será desenvolvido programas de educação em saúde para prevenção e controle da obesidade e das síndromes metabólicas.
Entenda o Estudo da UFOP
Pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto recrutaram voluntários para um estudo que avaliará obesidade e síndrome metabólica em crianças e adolescentes. O trabalho foi realizado nos dias 6 e 7 de março de 2024 , durante uma ação da Prefeitura de Ouro Preto na Praça Tiradentes. Ou seja há um ano. Em conjunto com a equipe do Projeto Miguilim, foram recrutadas cerca de 126 crianças na faixa etária de 5 a 17 anos para a realização do estudo.
A síndrome metabólica compreende um conjunto de alterações metabólicas e hormonais que aumentam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. É caracterizada por um aumento da circunferência abdominal, hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina ou diabetes e por níveis anormais de colesterol e outras gorduras no sangue.
O professor da Escola de Farmácia Wendel Coura Vital, que coordena o estudo, explicou o motivo de alerta para essa síndrome em crianças: “O diagnóstico de síndrome metabólica no adulto é bem definido. Entretanto, na infância e na adolescência, é problemático, já que pressão arterial, perfil lipídico e valores antropométricos variam com a idade e o estádio puberal (estadiamento da maturação sexual)”. Segundo o docente, vários estudos têm observado que podem ocorrer, na infância, alterações metabólicas que, se detectadas precocemente, podem prevenir vários distúrbios mais sérios no futuro, principalmente os cardiovasculares.
Ao considerar esses fatores e o aumento expressivo dos casos de obesidade infantil no Brasil, a equipe idealizou esse projeto, que tem o objetivo de estimar a prevalência da síndrome metabólica e/ou obesidade infantil no município, além de identificar biomarcadores imuno-metabólicos, genéticos e comportamentais preditivos do sobrepeso ou obesidade.
A partir da realização os exames laboratoriais, será dado um encaminhamento para os profissionais de saúde do município. Nos casos em que forem detectados algum risco de obesidade e/ou síndrome metabólica, as crianças serão acompanhadas anualmente pela equipe do projeto, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde.
Além do professor Wendel, a equipe responsável pela ação foi formada pelos professores Alexandre Barbosa Reis ( NUPEB) e Vanessa de Almeida Belo (Escola de Farmácia), Camila Cangussu (Escola de Medicina), Adriana Meireles (Escola de Nutrição) e também pela pesquisadora da Fiocruz Andréa Teixeira de Carvalho, junto com doutorandos, mestrandos e alunos de iniciação científica da UFOP.
Fontes : Diário Oficial de Ouro Preto e site da UFOP.