Manifestação de moradores do Bota Fogo, em Ouro Preto, defende desenvolvimento econômico

    “Quem representa o Botafogo somos nós”, disse Presidente da Associação de Moradores e Proprietários do Botafogo, (AMPT) em manifestação.

    A manifestação da Associação de Moradores do Bota Fogo em Ouro Preto aconteceu no sábado dia 12 de abril de  2025, e demonstra  a determinação da associação em defender o desenvolvimento econômico da região, contrapondo-se às críticas e oposição de outros grupos.

    O ato público foi ao lado da Capela de Santo Amaro no Botafogo, e o Presidente da Associação de Moradores e Proprietários do Botafogo, (AMPT) Sr. Florêncio defendeu o desenvolvimento da comunidade e criticou interferências externas.
     “Não aceitaremos que terceiros, que nunca pisaram no barro da nossa estrada, falem em nosso nome”, declarou .

    O principal objetivo do ato foi reafirmar a legitimidade da Associação como representante dos interesses da comunidade e rebater o que a associação considera como interferências externas e informações distorcidas sobre a realidade local.


    O ponto central do evento foi o pronunciamento do presidente da AMPT, Florêncio, que em um tom enérgico, defendeu o direito da comunidade ao desenvolvimento econômico, mencionando a importância da mineração legal e fiscalizada para a geração de empregos e melhorias na região.


    “Senhoras e senhores, prezada comunidade do Botafogo, estamos aqui hoje para afirmar, com orgulho e convicção: quem representa esta comunidade somos nós — os moradores, trabalhadores e proprietários que vivem, constroem e cuidam do Botafogo todos os dias. Não aceitaremos que terceiros, que nunca pisaram no barro da nossa estrada ou estenderam a mão a um vizinho em dia de necessidade, falem em nosso nome.”


    O presidente da AMPT criticou aqueles que, segundo ele, tentam impedir o progresso do Botafogo por motivações políticas ou interesses obscuros. “Chega de sermos ignorados ou usados em discursos políticos por quem perdeu nas urnas e agora tenta impedir que o Botafogo avance. Somos nós que conhecemos a realidade da nossa região. Somos nós que queremos progresso, trabalho, dignidade e um futuro melhor para nossas famílias.”


    Florêncio questionou a seletividade da oposição à mineração no Botafogo, citando a existência da atividade em diversas outras localidades de Ouro Preto sem a mesma resistência:

    “Existem explorações minerais em várias outras regiões de Ouro Preto […] Por que só aqui no Botafogo não se pode minerar para trazer desenvolvimento econômico para a nossa região? Quem realmente está por trás desse movimento? Quais são os reais interesses por trás dessa oposição? Essa é uma pergunta que não se cala!”


    O líder comunitário destacou os benefícios que a mineração legal já trouxe para a região, mencionando a geração de cerca de mil empregos diretos e indiretos. Ele ressaltou que a AMPT defende o meio ambiente, mas também o direito ao desenvolvimento responsável.


    A associação também se manifestou contra a violência, repudiando os atos ocorridos em uma recente manifestação promovida por opositores à mineração, onde um guarda municipal foi agredido.

     “Nossa associação sempre prezou — e continuará prezando — pelas manifestações pacíficas, baseadas no diálogo e no respeito às autoridades e à comunidade. Repudiamos com firmeza os atos de violência e truculência registrados em recente manifestação […] Isso não nos representa. Nossa luta é feita com civilidade, união e verdade.”


    Florêncio encerrou seu pronunciamento reafirmando a união e a força da comunidade do Botafogo em busca de um futuro melhor.

    “O Botafogo tem história, tem força, tem voz — e essa voz é a da nossa associação, da nossa gente. Vamos nos unir, lutar juntos e mostrar que o Botafogo quer e merece desenvolvimento com justiça social, sustentabilidade e dignidade. Viva o Botafogo! Viva sua gente!”


    A manifestação da AMPT demonstra  a determinação da associação em defender o desenvolvimento econômico da região, contrapondo-se às críticas e oposição de outros grupos.

    Entenda :

    11 de março a mineração Patrimônio iniciou as atividades na região de Bota Fogo, com as devidas licenças ambientais da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM). A região já foi alvo de exploração mineral anteriormente, de bauxita, porém não era em larga escala.

    Em nota a Mina Patrimônio afirma que este projeto de exploração da região próxima a Bota Fogo contou com a aprovação e licenciamento de todas as autoridades competentes e representa um marco importante para o desenvolvimento sustentável da região.

     09 de março foi entregue ao deputado Estadual Leleco Pimentel – PT, abaixo assinado organizado por populares com cerca de mil e duzentas assinaturas para endossar o Projeto de Lei 116/2023 da autoria do mesmo deputado que visa tornar a área do Botafogo como patrimônio ambiental e impedir a mineração.

    26 de março :  A secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ouro Preto embargou parcialmente as atividades da mineradora Patrimônio na região do Bota Fogo devido a destruição de uma cavidade que a mineradora declarou não estar em sua área de influência direta.

    12 de abril comunidade de Bota Fogo por meio da associação de moradores realizou um ato público com dois objetivos principais; de ser contra o que considera intervenção de pessoas de fora da comunidade falando em nome da região de Bota Fogo, tentando decidir em nome da comunidade. A outra mensagem clara da associação de moradores é a necessidade do desenvolvimento econômico da localidade através da mineração, equilibrada e de acordo com desenvolvimento sustentável.

    Análise :

    Mais do mesmo. Cidades mineradoras de Minas Gerais vivem em conflitos esporádicos, de uma lado a mineração, desenvolvimento econômico local, geração de emprego e renda,  e do outro lado a preservação ambiental, ativismo político ambientalista com viés eleitoral ou não.

    Fato: Há que se ter um mediador entre extrair sem destruir. Em explorar o meio ambiente mantendo a qualidade de vida. Claro que as cidades mineradoras, como Mariana, Ouro Preto, Itabirito, Congonhas, Catas Altas, e outras tem maior parte de sua renda vinculada a mineração, o que as tornam parceiras das mineradoras, mas nem por isso são almas gêmeas. Os conflitos existem, e é importante saber equilibrar exploração mineral com qualidade de vida.