Invasões viram novos bairros : Sem rua, sem CEP, sem coleta de esgoto, água e luz só gato ( forma ilegal ). Organizar para ofertar opções de moradia digna é desafios para os prefeitos e vereadores
Editorial edição 850 Jornal O Espeto
Muitas pessoas invadem terras pensando ser vantagem porém estão sujeitas a vários tipos de riscos, como instabilidade do terreno, desmoronamento, conflitos com outros invasores, apesar das invasões terem água e luz gratuitamente, esse fornecimento é por meio de gato, ou seja de forma precária, ilegal e instável.
Ainda há o problema do esgoto e águas pluviais, pois após a terra ser limpa, desmatada, a chuva vem e causa erosões e o esgoto polui a área próxima , pois não há rede.
Resumindo, invadir e comprar terra nas invasões é um negociado arriscado. Vemos pela internet anúncios e mais anúncios de lotes em invasões. Apesar do preço ser atrativo continua sendo negócio de risco. Esse comércio de lotes demostra que muitos invadem pensando em vender !
O que alimenta o interesse das pessoas nesses lotes é que muitas invasões em Mariana viraram bairros e agora tem infra-estrutura. O que ninguém conta é quantos já morreram em conflitos de terra por disputa de lotes nas invasões ao longo dos anos e outros problemas de quem mora nas invasões.
Exemplo claro é o bairro do Rosário que as vezes fica sem água quando o gato, assim chamado o furto de água, dá errado. Ou ainda quando há falta de luz em parte da cidade devido a super exploração da rede elétrica, pois quando há excesso de ligações clandestinas o transformador elétrico explode ! Pois foi dimensionado para consumo de 20 casas da rua, não 500 casas ! Povo do bairro Cabanas ficou sem luz e interditou rodovia em 2023.
Moradores do bairro Rosário em Mariana interditaram rua por falta de água em 2024, constantemente a rede é furada para “gatos”.
São problemas que tem raiz na ocupação desordenada do solo, as invasões.
Agora felizmente pelo menos em Mariana já temos uma esperança : a Subsecretaria de Habitação tem objetivo de estudar o crescimento da cidade e ofertar loteamentos populares, seja pela prefeitura ou por via de programas federais, como Minha Casa Minha Vida.
Para isso as prefeituras tem uma tarefa: organizar as terras, saber onde é terra devoluta, quem tem documento, quem tem registro, para poder fazer bairros.
Se o poder público não atuar, vamos ver as cidades crescendo de forma desordenada, com locais onde nem moto boy faz entrega como acontece hoje. Combater invasões é mais que destruir barracos, passa por política pública de habitação e reconhecimento das invasões já existentes.
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