Neste fim de semana domingo dia 10 de maio, tive a felicidade de encontrar na porta do jornal um jovem amigo passagense que hoje é engenheiro na cidade de Canaã dos Carajás, no Pará.
Como inevitável em nossa conversa de poucos minutos comentamos sobre o coronavírus e ele me passou algumas informações sobre a cidade onde está atualmente trabalhando.
Daí tive a idéia de fazer um comparativo nas ações de Mariana e Canaã, para ter um parâmetro de avaliação, pois ambas cidades tem resultado diferente. Esse comparativo se torna necessário pois vejo com preocupação que o tema coronavírus ficou politizado, assim carece de uma análise técnica, isenta.
Existem muitas críticas sem embasamento a administração da crise do coronavírus da prefeitura de Mariana.
Vamos lá; quais foram as principais ações e declarações feitas pelas autoridades das cidades:
1ª análise: MODO DE VER A PANDEMIA:
No momento antes da pandemia em Canaã, assim que o primeiro caso no Brasil foi detectado dia 26 de fevereiro, declarou a pandemia do coronavírus no Brasil autoridades municipais disseram para a população não entrar em pânico, tentando minimizar a doença. O que não foi feito em Mariana. Isso repercute fortemente pois a posição das autoridades municipais é de grande importância para o comportamento dos cidadãos, pois a opinião deles se torna referência na cidade, simples assim.
2ª análise: FESTAS PÚBLICAS:
A Prefeitura de Canaã realizou festa do dia da mulher, com artistas nacionais e grande público. Mariana não fez festas no dia da mulher.
3ª análise: DECRETO DE FECHAMENTO DE ESCOLAS, COMÉRCIO e SERVIÇOS PÚBLICOS:
decreto para fechar as escolas, comércios não essenciais e Igrejas de Mariana e Canaã foi no mesmo dia, 18 de março.
O comércio não essencial em Mariana paralisado.
Em Canaã os restaurantes e bares foram permitidos funcionar com a distância de dois metros entre as mesas e com número máximo de 50 pessoas em cada restaurante ou bar.
Decreto para fechar restaurantes e bares foi apenas no 12 de maio, quando a prefeitura de Canaã foi obrigada a atender o Ministério Público e fechar todo comércio não essencial. Bem diferente de Mariana que desde 18 de março já tinha fechado bares e restaurantes.
4ª análise: BARREIRAS SANITÁRIAS:
Mariana foi uma das cidades pioneiras em Minas ao instalar barreiras sanitárias educativas em 23 de março, fechando ruas, na Chácara, isso teve grande efeito psicológico na população. Canaã demorou mais a promover essas barreiras, um mês depois de Mariana. O efeito educativo desta barreira é importante para ciência da população sobre o coronavírus.
5ª Análise: USO DE TESTES RÁPIDOS:
Mariana começa a usar testes rápidos em março, logo nos primeiros casos, por volta de 20 de março, devido a demora de laboratório da FUNED. Canaã começou a usar dia 25 de abril, um mês depois de Mariana. Com dados atualizados Mariana pode informar melhor e a população fica mais bem informada, ciente dos casos.
6ª análise: FISCALIZAÇÃO DE COMÉRCIOS:
Prefeitura de Mariana fiscaliza comércios não essenciais, notificando e fechando lojas. 25 abril comerciante reclama de ter sido notificado ao jornal O ESPETO em Mariana. Encontramos dados sobre essa ação em Canaã apenas no dia 12 de maio que determina que comércios não essenciais poderão funcionar só de segunda a sexta, e determina fechamento de bares e restaurantes que a partir desta data de 12 de maio poderão funcionar só por delivery. Prefeitura de Mariana divulgou até um telefone para denúncias de aglomeração e comércios abertos, o tal disk aglomeração.
7ª análise: USO DE MÁSCARAS:
Prefeitura de Mariana decretou o uso de máscaras obrigatório dia 16 de abril. Canaâ dos Carajás decretou uso de máscaras dia 07 de maio, quase um mês depois.
8ª análise: DECRETO DE CALAMIDADE PÚBLICA:
A prefeitura de Mariana decretou calamidade pública dia 30 de março, com dois casos confirmados. A prefeitura de Canaã decretou calamidade dia 12 de maio com 223 casos confirmados.
9ª análise: RAPIDEZ DE CONTAGIO:
Evolução de casos e rapidez: O primeiro caso de coronavírus em Mariana foi em 19 de março, e em Canaã em 14 de abril, quase um mês depois, porém a rapidez de contágio em Canaã foi surpreendente. Dia 25 de abril Canaã tinha 05 casos, e Mariana no mesmo dia tinha 16. Ou seja, Mariana tinha três vezes mais casos. Agora, atualmente, quase um mês depois, hoje dia 13 de maio Canaã tem 223 e Mariana 31 apenas. Isso sem considerar que Canaã dos Carajas tem 36 mil habitantes e Mariana 60 mil!
CONCLUSÃO:
O que resultou na evolução dos casos de forma diferente nas duas cidades mineradoras? Primeiro foi a forma de encarar o coronavírus, suspensão preventiva de festas, depois a rigidez para fechar o comércio não essencial, depois decreto de estado de emergência que serve para alertar a população e as autoridades estaduais e federais. Temos ainda a obrigação do uso da máscara, adoção de testes rápidos, informação a população de dados mais próximos a realidade. Mariana decretou uso obrigatório de máscaras dia 06 de abril, e Canaã só dia 07 de maio! Rigidez no comércio, em Mariana dia 18 de março foi fechado todo comércio, bares, restaurantes, que poderiam funcionar só por delivery, em Canaã foi permitido o funcionamento, o que foi proibido só agora, 12 de maio, quase dois meses depois.
Ou seja, em todos critérios de análise acima Mariana realizou ações corretas sem esperar aumentar número de casos. Portanto o combate realizado pela Secretária de Saúde de Mariana, chefiada Sr. Danilo Brito e a Drª. Danuta, foi eficaz. As medidas que eles tomaram foram eficazes e corretas. Resultado é o número de casos de coronavírus pequeno que comparado com uma cidade mineradora como Canaã, que tem gente de todo lado, mas com metade da população, mas tem sete vezes mais casos que Mariana.