Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
Folhinha Eclesiástica é baseada no “Lunário Perpétuo” que analisa o clima e tem ciclo de 19 anos. Além de dados sobre o clima, a Folhinha traz os dias santos, muitas pessoas tiveram nome ou sobrenome dados de acordo com o santo do dia.
João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
Reconhecida como Patrimônio Imaterial e parte da memória afetiva de muitos moradores de Mariana, a Folhinha Eclesiástica segue mostrando a previsão do tempo e mantendo uma importante tradição dos marianenses.
O início de 2023, marcado por chuvas e mudanças bruscas no tempo, comprovou, mais uma vez, a sua precisão, visto que a publicação previu “Abundância de Águas” e “Tempo Revolto”.
A primeira edição da Folhinha Eclesiástica foi impressa em 1870, na época do arcebispo Dom Silvério, e hoje, a publicação é impressa e distribuída pela Gráfica Dom Viçoso. Segundo o responsável pela gráfica, ecônomo e procurador geral da Arquidiocese de Mariana, Padre Darci Fernandes, são distribuídos entre 260 e 300 mil exemplares da publicação por ano.
As previsões são feitas com base no Lunário Perpétuo, que de acordo com o padre, orienta os cálculos. “Existe um livro antiquíssimo que se chama ‘Lunário Perpétuo’, e há somente dois exemplares, um no Brasil, de propriedade da Arquidiocese de Mariana, e outro em Portugal. Segundo esse Lunário, de 19 em 19 anos, os fenômenos meteorológicos se repetem com poucas variações. Tem todo um sistema de cálculo que a pessoa faz para não ter erro”, disse.
O Padre Darci Fernandes destaca que a Folhinha não traz somente previsões do tempo, mas também, o calendário anual litúrgico, que indica os horários do amanhecer e anoitecer de cada mês, o início das estações do ano, datas arquidiocesanas importantes, os santos do dia, e até mesmo os períodos de plantio.
De acordo com o Padre, o fato de cada dia do ano pertencer a um santo da Igreja Católica tem grande representatividade para o povo marianense, considerando que muitos nomes são dados por esta razão.
“ A Folhinha está de fato mesclada na cultura, isso é muito importante mesmo. Vale até a pena às vezes a gente perguntar, dependendo, quando encontra alguém que se chama José, talvez é porque ele nasceu no dia de São José”.
A Folhinha Eclesiástica de Mariana foi reconhecida como Patrimônio Imaterial, o que é considerado de grande importância para a Arquidiocese. “A importância para nós é fundamental, porque isso ressalta não só que a Folhinha produziu cultura a ponto de ser considerada esse patrimônio imaterial, isso nos garante também uma certeza de que a Folhinha continuará existindo, porque é a cultura de um povo”, afirma o Padre Darci Fernandes.
A Folhinha de Mariana pode ser adquirida diretamente na Editora Dom Viçoso, que surgiu para produzir o calendário. Quem desejar adquirir a publicação, pode ligar para o número 3557-1233, ou pedir pelo site, www.graficadomvicoso.com.br. O endereço da editora é a Rua Dom Viçoso, número 131, em Mariana, e o site da editora Dom Viçoso tem os detalhes para se fazer essa aquisição.
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