Exposição é legado do casal de colecionadores Maria Helena e Jacques Boulieu e Produzido com apoio do Instituto Cultural Vale e Instituto Pedra o museu Boulieu traz atualmente duas mostras temporárias, a “TransBordar”, que apresenta tecidos produzidos pelos povos andinos; e a exposição fotográfica de Ane Souz, com fotografias da Semana Santa na região.
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João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
Inaugurado em abril de 2022, o Museu Boulieu: Caminhos da Fé, tem em seu acervo obras legadas pelo casal franco-brasileiro Maria Helena e Jacques Boulieu.
O museu reúne peças vindas de várias regiões do mundo, principalmente latino-americanas e asiáticas, que juntas contam um pouco da história da religião e do Império Português. No total, o casal em suas viagens acumulou mais de 2.500 peças de arte sacra.
As artes barrocas europeias, brasileiras e mineiras estão representadas no Museu Boulieu, mas as culturas dos povos e indígenas latino-americanos, como Astecas e Incas, também estão presentes. O museu busca sintetizar a arte barroca expressa em diferentes culturas.
A coordenadora pedagógica, Sra. Natália Rezende, conta que por possuir obras de diferentes lugares, a instituição torna possível entender a história de Minas Gerais, do Brasil e de outras partes do mundo em conjunto.
“O Museu Boulieu é muito importante para entendermos a nossa cultura e nossa existência, mas pensando isso de uma forma globalizada”, diz.
Quem visita o museu, deve seguir um trajeto definido para apreciar as obras expostas. Isso acontece porque a exposição traça um percurso histórico e temporal das Grandes Navegações, iniciando pela Ásia, passando pela América Espanhola pré e pós-colonização, e encerrando no território brasileiro.
A coleção de Jacques Boulieu e Maria Helena Boulieu foi construída durante seis décadas, e conta histórias de culturas, passando pelas Índias Orientais e Ocidentais, de Calcutá, Bombaim e Goa, ao México dos astecas e à Cusco dos incas, de Macau e do Japão ao Brasil e à Ouro Preto e Mariana, berço do barroco mineiro.
As peças do Museu Boulieu são muitas formadas em marfim, prata, madeira, pedra, couro, além de quadros que representam a chegada de Vasco da Gama, Colombo e Cabral a novos continentes.
Além das obras expostas, logo no primeiro andar, os visitantes podem conhecer um pouco sobre a história do casal Boulieu por meio de um vídeo de apresentação. Há também um vídeo com poesias de navegadores europeus declamados pela cantora Maria Bethânia.
O Museu Boulieu também promove atividades culturais como o programa “Sílabas e Sons”, que se constitui como um bate-papo musical, com apresentações da Orquestra Jovem de Ouro Preto. Já se apresentaram no local nomes como Jorge Vercilo, na comemoração de um ano de fundação, Toni Garrido e Davi Moraes.
Além da exposição permanente do museu, há também mostras temporárias, como a “TransBordar”, que apresenta tecidos produzidos pelos povos andinos; e a exposição fotográfica de Ane Souz, com fotografias da Semana Santa na região.
Produzido com apoio do Instituto Pedra e do Instituto Cultural Vale, o Museu Boulieu está localizado na Rua Padre Rolim, 412, no Centro de Ouro Preto. A coleção ocupa as instalações do antigo Hospital São Vicente de Paulo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938.