Museu Casa Alphonsus de Guimaraens preserva a história de um dos maiores representantes do simbolismo brasileiro. Acervo conta com mais de 1000 peças, obras raras, fotografias, objetos da vida privada.
Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
Localizado no centro histórico de Mariana, o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, inaugurado em 1987, reabriu suas portas no final do ano passado, após um período de mais de um ano fechado devido a problemas estruturais, especialmente na rede de esgoto. A instituição é dedicada à preservação da memória do escritor e poeta Afonso Henriques da Costa Guimaraens, ou melhor, Alphonsus de Guimaraens, um dos principais representantes do movimento simbolista brasileiro.
A casa, onde o escritor viveu com a família de 1913 a 1921, foi recentemente restaurada, mantendo características arquitetônicas do final do século XVIII até o início do século XIX. O imóvel possui dois pavimentos, quintal e abriga espaços expositivos, educativos, áreas de pesquisa, administrativas e de convivência.
O acervo do museu é composto por mais de 1000 itens, fruto de doações da família e amigos de Alphonsus de Guimaraens. Destaca-se a biblioteca particular do poeta, com obras raras, fotografias, objetos da vida privada, documentos textuais e uma peça especial: um exemplar manuscrito da obra “Dona Mística”. Além disso, o museu abriga objetos pessoais do autor, como o par de alianças utilizado por ele e sua esposa.
Juliana Inácio, responsável pela mediação de visitas ao museu, destaca a importância de Alphonsus de Guimaraens para a literatura brasileira, ressaltando seu papel como um dos grandes representantes do simbolismo. Ela diz: “Ele é um dos renomes do simbolismo no Brasil, e dentre eles se destacam Alphonsus e Cruz e Souza”.
Ao explorar o acervo do museu, Juliana compartilhou informações sobre as preciosidades ali preservadas. “Temos alguns livros originais de leitura que pertenceram a Alphonsus. Temos também um livro único e especial, o ‘Dona Mística’, um dos poucos livros que ele conseguiu publicar em vida”, revelou. Além dos livros, o acervo inclui objetos pessoais do autor, como canetas de tinteiro, pastas utilizadas para documentos e as alianças que pertenceram a Alphonsus e sua esposa, Dona Zenaide.
A responsável pela visitação também destacou a exposição permanente do museu, dividida em seis salas temáticas. “A exposição representa muito mais a literatura de Alphonsus do que sua vida pessoal. Focamos nas temáticas literárias, como o amor e a morte, e explicamos por que ele se tornou um poeta simbolista”, explicou Juliana. Ela detalhou como cada sala possui um título específico, relacionado ao que está exposto, oferecendo uma imersão completa na obra do autor.
A exposição permanente do museu, dividida em seis salas temáticas, apresenta a vida e obra de Alphonsus de Guimaraens.
Destaque para a sala “A Visita”, que reproduz o ambiente da sala de visita da casa do autor, com móveis originais e fotografias de visitantes ilustres, como Mário de Andrade. Outras salas exploram temas como poesia, biblioteca, escrita, família e a musa inspiradora, Constância.
A visita mediada, disponível mediante agendamento para grupos e escolas, oferece aos visitantes uma experiência aprofundada, com um funcionário do museu guiando pela exposição e compartilhando detalhes sobre a vida e a obra de Alphonsus. Juliana destaca que a visita explica a literatura do autor, focando em seu simbolismo e vida pessoal.
Apesar do período de fechamento devido à pandemia e problemas estruturais, o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens continuou suas atividades, realizando palestras em escolas e saraus. Com a reabertura, o museu agora busca retomar sua presença física para os visitantes espontâneos, mantendo viva a memória do poeta simbolista brasileiro.
A visitação ao Museu ocorre de terça a sexta-feira, das 11h às 17h; e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 15h.
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