“Quanto vale o que não tem preço?” Documentário feito pelo Instituto Guaicuy, dirigido por Leo Souza aborda os efeitos da mineração nas vidas das famílias de Antônio Pereira e Vila Samarco, em Ouro Preto que tiveram a vida mudada devido a mineração.
O Jornal O Espeto que esteve presente na exibição do documentário para os moradores de Antônio Pereira dia 03 de julho de 2024 e o diretor do filme, Sr. Léo Souza, disse ter sido muito gratificante produzir o conteúdo, que transmite os sentimentos da comunidade de Antônio Pereira diante do terror provocado por uma barragem não rompida, mas que ameaça a vida das pessoas principalmente sob na área de ZAS, zona de auto salvamento, onde são as pessoas responsáveis por se salvar, pois não há tempo de serem socorridas por ninguém. Há também o impacto da perda de renda em cadeia, que afeta a todos da comunidade.
Por: João B. N. Gonçalves, Hynara Versiani e Leandro Henrique dos Santos
Histórias de pessoas atingidas por uma barragem não rompida. Ana Carla Cota, removida pela Vale da Vila Samarco em Antônio Pereira espera retornar para sua casa em 15 dias, mas mora há dois anos em hotel em Mariana. Carlos Rogério dono de uma barbearia conta os efeitos na sua vida após a remoção das pessoas na Vila Samarco e Antônio Pereira. Mesmo sem ser removido ele afirma que foi atingido, não só com a perca de clientes, mas na sensação de medo e incerteza. O casal Alessandro e Luiza fecharam sua padaria em Antônio Pereira. São histórias como essas, contadas em primeira pessoa que fazem parte do documentário que tem o título: “Quanto vale o que não tem preço?”. Produzido do Instituto Guaicuy o documentário foi lançado na última quarta-feira 3 de julho de 2024, para a comunidade, no Restaurante Recanto Mineiro, em Antônio Pereira.
No documentário podemos assistir entrevistas de diversos moradores afetados pela mineração em Antônio Pereira e Vila Samarco, para assim dar visibilidade às suas histórias.
O diretor do filme, Léo Souza, diz ter sido muito gratificante produzir o conteúdo, que transmite os sentimentos daquela comunidade. Para ele, cada história contada nas entrevistas é uma trajetória diferente. “Tivemos um trabalho enorme, foram seis meses para produzir o filme. São entrevistas e situações diferentes que mostramos”, conta.
Léo Souza destaca que a expectativa para a recepção do público é alta: “Hoje, aqui, com essa turma toda, com a própria comunidade, a expectativa é dobrada. Nosso grande objetivo é criar um conteúdo que seja recebido por essas pessoas. Então, estamos muito ansiosos pela estreia, e muito contentes com a presença de todos”.
O Vice-Presidente Instituto Guaicuy Ronald Guerra disse que as pessoas perderam direito não só a moradia, mas também tudo aquilo que elas construíram naquele território, que é muito mais que só a moradia. “A comunidade tem que se fortalecer para se organizar e lutar para fazer valer seus direitos, e fortalecer a comunidade nesse processo é o papel do Instituto Guaicuy”.
Coordenadora de Comunicação (ATI) de Antônio Pereira, Hariane Alves, se emociona ao apresentar o documentário. De acordo com ela, esse é o resultado de um processo de amadurecimento da ATI no território: “Desde 2019, estamos construindo um vínculo com as pessoas. É em nome da confiança de cada um que desenvolvemos nosso trabalho, que é feito com muito amor e muito cuidado”.
Hariane relembra que esse é o primeiro documentário que o instituto lança em Antônio Pereira, de muitos que pretendem fazer. “Ele mostra o que a mineração predatória tem feito em Antônio Pereira há anos. É importante que a história de vocês chegue a outros lugares, para que a reparação justa aconteça, e para que os acontecimentos daqui não voltem a ocorrer”, afirma.
Após sua exibição, o documentário teve reações positivas dos espectadores que comentaram sobre suas vivências dos últimos anos.
Wilson Nunes elogiou o documentário e agradeceu ao Guaicuy por apresentar a história da população.
Sr. Rogério Rapallo destacou a atuação do Instituto Guaicuy ao mostrar o lado das pessoas que se mudaram de Antônio Pereira por residirem nas zonas de auto salvamento.
Eduardo Evangelista, o Du do Veloso, esteve presente durante o evento de lançamento do documentário : “Quanto vale o que não tem preço?”.
Assista o documentário abaixo :
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