UFOP apresenta dados alarmantes sobre obesidade e síndrome metabólica em Ouro Preto

    Por: Rozembergue Alex Teixeira

    Na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Ouro Preto, realizada nesta terça-feira, 12 de agosto de 2025, estiveram presentes, a convite do vereador Matheus Pacheco, o professor da Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Wendel Coura Vital, e a professora da Escola de Medicina, Camila Cangussu. Juntos, apresentaram um panorama preocupante sobre a prevalência da obesidade e da síndrome metabólica no município. A pesquisa é coordenada pelo Laboratório de Epidemiologia das Doenças Infecciosas (LEDI) e faz parte de um projeto de extensão que envolve diferentes unidades acadêmicas da universidade.

    Durante a explanação, foi explicado que a síndrome metabólica é um conjunto de alterações metabólicas e hormonais que aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Entre suas características estão: aumento da circunferência abdominal, hipertensão arterial, resistência à insulina ou diabetes, além de níveis anormais de colesterol e triglicerídeos no sangue.

    Resultados em mulheres

    Até o momento, foram avaliadas 616 mulheres, sendo que 54,4% apresentaram obesidade. Entre 494 pacientes que realizaram exames, os dados apontam:

    7% com diabetes (n=44)

    27,3% com hipertensão arterial (n=168)

    40% com dislipidemia (n=240)

    24,4% com hipertrigliceridemia (n=150)

    72,96% com obesidade abdominal (n=443)

    Crianças e adolescentes também em alerta

    Na avaliação de 314 crianças e adolescentes, 47,8% eram meninos e 52,2% meninas. Do total, 31,5% relataram consumir doces entre três e seis vezes por semana. Entre as 53 crianças que compareceram às consultas clínicas, foram identificados:

    49,1% com dislipidemia

    11,3% com hipertensão arterial

    7,6% com pré-diabetes

    Em outra etapa do projeto, que avaliou 349 adolescentes entre 11 e 15 anos de idade de nove escolas municipais, 29,7% estavam acima do peso, sendo 57,7% com sobrepeso e 42,3% com obesidade.

    Educação e prevenção nas escolas

    O projeto “Alimentação Saudável: Brincadeira de Criança” promove atividades lúdicas, como jogos da memória e o jogo “Stop”, aliadas à avaliação de peso, altura e Índice de Massa Corporal (IMC), em parceria com o Programa Saúde na Escola.

    Depoimento emocionado

    Uma das pacientes do programa de síndrome metabólica destacou a importância da iniciativa:

    “Este programa tem sido um verdadeiro suporte, oferecendo exames, consultas e acompanhamento com uma equipe dedicada que entende nossas necessidades. Sinto-me parte de uma comunidade de mulheres que, juntas, encontram força e apoio para melhorar nossa saúde e qualidade de vida. Que continue crescendo e acolhendo mais mulheres, trazendo saúde, autoestima e esperança. Juntas, somos mais fortes!”, disse emocionada.

    Equipe multidisciplinar e apoios institucionais

    Além dos professores Wendel Coura Vital e Camila Cangussu, participam da pesquisa os professores Alexandre Barbosa Reis e Vanessa de Almeida Belo (Escola de Farmácia), Adriana Meireles (Escola de Nutrição), a pesquisadora da Fiocruz Andréa Teixeira de Carvalho, além de doutorandos, mestrandos e estudantes de iniciação científica da UFOP.

    O projeto conta com o apoio da Prefeitura de Ouro Preto, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e com a parceria de importantes instituições e órgãos de fomento, como Fiocruz, CAPES, FAPEMIG, LIMP, PROPPI/UFOP, além do LEDI e demais setores acadêmicos envolvidos.

    A iniciativa também recebeu o apoio do vereador Matheus Pacheco, que destinou, por meio de emendas impositivas, o valor total de R$ 150 mil para viabilizar ações e estrutura necessárias à execução do projeto.

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