Veja vídeo sobre as ruínas da Serrinha reveladas: fortaleza de Belchior

    Casarão e complexo de ruínas do bandeirante Belchior na Serrinha devem ser preservadas Eduardo Campos, Elinésio Castro, Isaac Rangel, Rogério Duarte e Leandro Henrique dos Santos, membros da ACAM visitam as ruínas da Serrinha, antigo casarão fortaleza do bandeirante Belchior, um dos pioneiros que em 1700 ocupou a região do Itacolomi a procura de ouro. Mais um importante marco para história de Mariana que é ignorado deixando-o a mercê do tempo. È uma das primeiras casas erigidas em Minas, pelos bandeirantes que vinham a procura de ouro.

    Para Elinésio Castro essa ruína na Serrinha precisa ser preservada.

    História:

    Na região do Itacolomi exploraram ouro os bandeirantes Bento Leite e Belchior da Cunha Barreto. Belchior ficou mais tempo no local enquanto Bento Leite partiu para o Lagoão em Passagem. Por isso o nome Belchior batiza o ribeirão cristalino que desce do Itacolomi vindo das Cachoeira das Serrinha em Passagem de Mariana. Córrego Belchior A historiadora Laura Vergueiro em seu livro “ Opulência e miséria das Minas Gerais” publicado em 1981, cita os bandeirantes Belchior e Bento Leite como exploradores do ouro nas franges do Itacolomi que foi o farol dos bandeirantes. Onde Belchior se estabeleceu existe uma casa grande, de dois andares, muros de arrimo, parte de uma calçada. Por se tratar de uma área inclinada, um morro, há platôs onde plantava-se milho, mandioca, feijão, árvores frutíferas e chás medicinais diversos. A estrada para de Passagem para Vargem era de grande movimento, pois era caminho para o porto do Rio de Janeiro. O ouro que saia de Mariana e Passagem seguia para Serrinha, daí para Vargem, Mainart, Pinheiro Altos, Piranga, Viçosa, Visconde do Rio Branco, Ubá, Rio Pomba, Juiz de Fora, Petrópolis e daí para o porto no Rio de Janeiro. Partindo de Ouro Preto, esse caminho era alcançado passando pelo Salto. Esse caminho foi registrado pelos vários viajantes.

    Ou seja a Serrinha, Sibrão, Palmital, Vargem foi parte de uma importante rota, por isso Belchior se estabeleceu por lá, tanto para retirar ouro em minas como para plantar e negociar com os viajantes, como todo qualquer empreendimento na beira de uma estrada. Só que com a mudança do fluxo para a Estrada Real, mais curta, e com o declínio das minas de ouro, o local foi abandonado, e os descendentes de Belchior foram embora. Porém ficaram os registros, como o casarão, grande construção de pedra seca construída no estilo do “forte de Brumadinho”, com janelas com pedras para sentar e seteiras nas paredes para ataques seguem o mesmo padrão da época para construções fortificadas. È necessário que o poder público de Mariana tome providências para preservar as ruínas da Serrinha para que essa história não seja esquecida.

    P.S. : Devemos agradecer os ciclistas, grupos de bikes, que se organizam e mantem limpas a trilha da Serrinha. Foram eles que fizeram a redescoberta do local, tornando-o acessível. A expedição ao local foi feita pelos membros da ACAM, Associação de Caçadores de Assombrações e Monstros de Mariana: Leandro H Santos, Elinésio Castro, Isaac Rangel, Eduardo Campos e Rogério Duarte. A área situa-se dentro do Parque Estadual do Itacolomi, nas proximidades da Serrinha, em Passagem de Mariana.

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